O meu querido Atelier

Enquanto eu olhava dezenas de casas até chegar aqui, foi um longo caminho, não se engane, eu sonhava com uma casa que tivesse espaço para meu Atelier.

E depois de lágrimas, crises nervosas e dores de cabeça por todos os problemas que alguém pode ter para conseguir uma casa no mundo – e que aconteceram com a gente -, finalmente nos mudamos para nossa casa perfeita!

Pintamos a casa e mexemos em algumas coisinhas. Na verdade, eu pintei a casa! Isso mesmo! Todinha! E comecei a colocar as coisas em ordem. Levou algum tempo até conseguir chegar ao Atelier.

Nos meus livros de mosaico, um sempre chamou mais a minha atenção: “Encyclopedia of Mosaic“, de Elaine M. Googwin, onde há uma foto dela em seu Atelier, com prateleiras cheias de potinhos de vidro. E eu sempre pensava que um dia ia ter um Atelier daquele jeito.

Pintei as paredes de esmalte, para ficar mais fácil de limpar, medi as paredes, desenhei prateleiras e mandei cortar a madeira na Rua do Gasômetro. Lá também comprei todas as mãos francesas e os milhares de parafusos para elas. Furei tudo com minha super furadeira e instalei tudinho sozinha! Sou Super Power!!! Fiquei com calos nas mãos de tantos parafusos.

Eu sou meio ‘torta’, logo nem todas as prateleiras ficaram retinhas… são minhas prateleiras bêbadas! Mas eu adoro mesmo assim! Sem grandes traumas ou perfeccionismos!

Tenho prateleiras em 4 paredes. Enchi tudo com potinhos de vidros coloridos! E sabe, quando tudo estava pronto eu vim para casa e depois de algum tempo escutei um barulho parecido com o barulho do fim do mundo! A parede de trás estava meio fofa, mas eu não achei que era para ficar preocupada… Estava totalmente enganada. A prateleira de cima veio abaixo trazendo as outras duas! Milhões de pedacinhos de vidro se misturaram. Tive vontade de chorar! Mas acabei rindo de desespero! Mas não desanimei. Juntei tudo misturado mesmo em potinhos de novo para separar depois e recoloquei as prateleiras com parafusos maiores. Levei meses para separar os vidros!

E aí: mesa, ferramentas, armário, espelhinhos na porta, jardineiras com flores do lado de fora, enfeites nas paredes! Tudo pronto! E eu amo meu Atelier! AMO! Me sinto aconchegada e em paz. Adoro ficar lá.  E como onde eu estou a Sá está, lá ela também tem seu lugar!

Meu Atelier é meu sonho realizado! Fique à vontade para entrar e conhecer, desde que não mexa em nada, claro, que eu sou brava horrores!!!!

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Minhas principais ferramentas de trabalho: cortador, alicates, espátulas para colar e pinça.

Meu cortador está bem velhinho. Está até colado. Eu tenho outro, mas não consigo trocar.

Minha mesa: só arrumo no final de cada projeto! Se o projeto durar 20 dias, são 20 dias de bagunça! E no fim, tudo certinho para começar de novo!

O número da Ana

A Ana Luisa é esposa do Felipe Pontes, chef do Segredos da Panela, uma rotisseria graciosa. Eu não conhecia a Ana, apenas o Gui os conhecia. Assim que lançamos o site da Casa de Mosaico ela me mandou um e-mail dizendo que queria que eu fizesse o número da casa deles.

Com o número da Ana, vou contar um pouco como as coisas acontecem por aqui.

Ela me disse que não queria muita informação no seu número, e que queria algo discreto que combinasse com seu muro areia. Primeiro ela disse que gostava da cor vinho, mas eu expliquei a ela que há lindos vidros na cor vinho, vários tons, mas sem luz atrás, como no mosaico, eles ficam muito escuros, parecendo marrom ou preto. Fiquei pensando e andando no meio das prateleiras de vidro (eu estava em Minas), mexendo e olhando e sugeri que fizéssemos os números em caramelo médio (?!), com os rococós (eu chamo assim aquelas voltinhas que faço) marrons, fundo branco e rejunte areia. E ela gostou!!

Fiz um desenho e enviei com as cores de vidro para ela escolher e aprovar. Aí, mãos à obra!

Eu risco as partes dos números nos vidros e corto. Depois, elas são lixadas uma a uma! O número da Ana foi feito em uma base de azulejo, para poder ser cimentada no muro.

Colo os números. Depois os vidros das bordas e só depois os rococós com as bolinhas. E deixo secar de um dia para o outro, para não sair nada do lugar quando eu estiver modelando o fundo.

E então vem o fundo! Para o fundo eu usei a cor branca em vários tipos de vidro, lisos e manchados.


Como a maioria dos vidros é leitosa e sem nenhuma transparência, tive que modelar tudo em papel vegetal para depois riscar o vidro e cortar. E colar. E deixar secar de um dia para o outro mais uma vez.

Por fim, rejuntar e limpar! Tiro todas as marcas de caneta antes de rejuntar para não manchar depois.


Passo o rejunte com uma espátula específica de silicone e arrumo os detalhes com os dedos.

É, eu realmente coloco as mãos na massa, sem dó!

Eu entreguei para a Ana no último domingo. Ela me contou que, desde que eles se casaram, há dois anos, a casa deles estava sem número. Ela queria algo diferente. Aí ela viu o site e finalmente achou. E eu, claro, fiquei muito feliz!

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Quer um número em mosaico para sua casa? Clica aqui!

Para o Dia dos Namorados

Vem aí o dia mais romântico do ano: O Dia dos Namorados! Dia em que todos, ou praticamente todos, enlouquecemos! Seja porque temos que achar um presente perfeito, seja porque estamos sozinhos e vamos ficar mais sozinhos ainda e sem presente, não importa: o clima muda e todos damos uma pirada básica.

Imagine você que esse ano faz 10 anos que eu e o Gui estamos juntos! 10 anos! E todos os anos comemoramos aniversários de ambos, aniversário de namoro, aniversário de casamento, Dia dos Namorados… tem que ter muita criatividade e pesquisar bastante para achar presentes que agradem e sejam originais em todas essas datas!!! É enlouquecedor!

Então, pensando em todos que por aí estão com os mesmos problemas que eu, e que gostam de coisas diferentes e exclusivas, este ano fiz caixinhas do Dia dos Namorados!

Sem modéstia alguma, eu achei que elas ficaram lindas! E têm cor de chocolate! Podem ser para guardar qualquer coisa, como um arranjo de flores, ou uma jóia… (sucesso na certa!).

E fiz em um tamanho perfeito para serem recheadas com os lindos cupcakes da Paula! É só encomendar!

E se a sua piração é por estar sozinho, não desanime! Acredito que todos temos nosso par! Uma hora aparece!! Compre um presente para você mesmo, faça algo que gosta com os amigos, divirta-se e seja feliz!

E para todos: Um feliz Dia dos Namorados!!!


PS.: Lembrem-se que esse ano o dia 12 é no sábado! E para seu Dia dos Namorados não se transformar em um caos infernal, com você e seu amor presos no carro, não se esqueça de fazer suas reservas… em restaurantes, floriculturas, ‘entre outras’…

Nasce uma feliz e saborosa parceria

Eu e o Gui fomos no aniversário da Alice, filha da Lu Terceiro e do Doro, amigos dele, e conhecemos a Paula, há um tempo atrás. Uma moça de fala gostosa e meiga e tão querida (sabe… querida assim, logo de cara) que faz cupcakes. Entrei no blog dela e achei tudo lindo. Encomendamos vários para a Páscoa e nos apaixonamos! É uma delícia! E bonito de ver! E cheiroso, gente! Um mais gostoso que o outro!

Daí, veio a idéia de fazermos uma parceria. Fazer caixinhas personalizadas para abrigar os cupcakes. Começamos com o Dia das Mães. E deu super certo! A Paula fez lindos cupcakes que combinaram perfeitamente com a minha caixinha de mosaico.

E logo vêm aí as caixinhas do Dia dos Namorados, juntamente com seus românticos cupcakes.

E podem ser feitas caixas personalizadas para casamentos: para dar de presente para os Padrinhos e pais dos noivos. Para Chá de Bebê, Chá-Bar, para Aniversários, para alguém que você quer bem… As possibilidades são infinitas! E é um presente perfeito: agrada os olhos e a barriguinha! Nada pode ser melhor….

Casa de Mosaico e Paula Rollemberg Cupcake Design: uma feliz parceria que já nasceu fazendo sucesso. Para fazer suas encomendas, é só entrar em contato conosco.

Você pode ver um pouco mais dos lindos cupcakes da Paula no blog Paula Rollemberg Cupcake Design.

Sobre o lançamento da Casa de Mosaico


Eu procuro sempre ser otimista. E acreditar no meu trabalho. E claro que quando nós lançamos o site e o blog da Casa de Mosaico, nós – eu e o Gui -, esperávamos tudo de bom. Nós confiávamos que ia dar certo, mas sempre tivemos em mente que ia levar um tempo, que o retorno ia ser aos poucos. E que a família e os amigos iam ajudar a divulgar, isso é uma coisa de que nunca duvidamos!!!

Mas muito rápido choveram e-mails de retorno. Todos com palavras gentilíssimas sobre nosso trabalho! Ficamos muito, muito felizes! E todos os nossos amigos, em quem sempre confiamos, escreveram. E para nossa agradável surpresa escreveram também pessoas que não conhecemos! Sim, é esse o sentido primeiro do site, divulgar para as pessoas que não nos conhecem, mas foi muito rápido! E além de todo esse retorno afetivo, que é importantíssimo e muito gostoso, o site já gerou várias encomendas!!! Não poderíamos estar mais contentes!

Por isso, estou aqui hoje para agradecer a todos que nos ajudaram a divulgar, a todos que nos retornaram, e agradecer por todas as palavras de incentivo e todos os elogios carinhosos.

Agradeço a Luciana, do blog Tom de Arte, que eu não conhecia, e que me escreveu um e-mail emocionante com o assunto “Seu trabalho é lindo”. Depois ela publicou no seu blog meu textinho de apresentação do site e quase me matou de chorar de feliz! Agradeço também a Paula Rollemberg, do Paula Rollemberg Cupcake Design, e a Mari Mello, do Brincando de Casinha, que também publicaram em seus blogs.

Agradeço também a toda nossa família e amigos queridos. Não temos palavras para agradecer o suficiente! Muito obrigada!

Sintam-se sempre à vontade para me mandar e-mails, comentários e fotos de minhas coisinhas em seus lares! A Casa de Mosaico é para vocês!

A Casa de Mosaico no “Hotel de Mosaico”

Estamos na Bahia. O Gui tirou férias e nós viemos passar uma semana em Arraial d´Ajuda.

O Hotel foi recomendado. E claro que nós olhamos  na internet antes. Vimos que o hotel era decorado com mosaico: a piscina, as paredes, mas não tínhamos idéia da coisa toda!

Foi uma agradável surpresa! O hotel em si é muito charmoso. E aberto. E amplo. E os mosaicos são lindos. E estão em todos os lugares.

Nas piscinas…

Nas paredes…

E os bolos da Dona Gil no café da manhã superam qualquer expectativa!

Em um folheto diz que o hotel  tem estilo espanhol e  mexicano.  Aqui nós descobrimos que ele foi projetado por um arquiteto e decorador chileno, Keko Valenzuela, que mora em Arraial há 30 anos.

E me lembrou tanto Gaudi. Aquelas paredes decoradas pela metade. Tão bom de ver.

E os bancos todos revestidos são lindíssimos! Além das paredes cobertas pela metade em curvas, os bancos revestidos foram o que mais me lembraram Gaudi. E todas aquelas coisas lindas que a gente vê nos livros estão aqui.

E ainda tem os vãos das paredes todos preenchidos com garrafas inteiras. Muito legal! E diferente!

Me dá um calor no coração! E não é só calor da Bahia. É uma  alegria de ver algo tão pouco difundido no Brasil assim, decorando de forma completa um hotel inteiro. Mosaico como personagem principal.

Na cidade também vimos várias placas de comércio, lojas decoradas com mosaico.

Virou algo cultural mesmo.

Arraial d´Ajuda e o Hotel Estação Santa Fé nos surpreenderam. Uma delícia de ver e estar.

Nova peça saindo do forno

Eu tinha feito uma caixinha de borboleta que eu amava. Eu estava muito apegada e vivia rezando para ninguém comprar. Mas aí alguém mais se apaixonou por ela e ela cumpriu sua missão. Tudo bem que esse alguém foi a tia Kalu e tia Kalu é mais que queridíssima!

Desde o dia que a caixinha se foi que eu queria fazer outra. E aí está ela. Não é igual, claro. Mas tem a mesma essência dourada da outra. Na verdade é acobreada mesmo. E o mosaico é feito com 3 tons de vidro dourado e um amarelo de prata escuro. Por que amarelo de prata? Porque os vidros são pigmentados, coloridos, a partir de metais. Amarelos de prata, azuis de cobalto, vermelhos e roxos de ouro!!!! E por aí vai. É por isso que os vidros coloridos são meio caros e quase todos eles importados. O Brasil só produz um tom de azul, um amarelo, um verde e um vinho, se eu não estou esquecendo de nada…

A caixinha de borboleta dourada acaba de sair do forno: é a peça mais recente que eu fiz!

A moça e a borboleta

Já fazia tempo que eu estava pedindo para o Gui desenhar algo para eu fazer um quadro novo. E ele só dizendo que não sabia desenhar (??!!!). Até parece! Eu tanto enchi que um dia ele chegou em casa com um papelzinho meio surrado… com a Moça mais linda do mundo! Nossa! Fiquei super empolgada. E ele também! Tanto que fez mais uns trinta desenhos! Todos lindos, mas nenhum outro com o mesmo estilo da Moça e a Borboleta. E eu já queria uma série!!

A gente fez cópias do desenho, e numa sexta-feira à noite sentamos com uma mega caixa de lápis de cor! E pintamos várias delas! Porque não tem nada mais gostoso do que colorir. Eu sou mesmo capaz de ‘perder’ horas colorindo bobagens com minha sobrinha, a Maria Clara.

Depois de pintados (estudos de cor – é esse o nome da coisa), nós discutimos e discutimos sobre a dúvida mais cruel: a cor do cabelo da nossa Moça. Fizemos reuniões, perguntamos aos amigos e nenhuma decisão. Só: pra mim é ruiva; pra mim é loira… Eu então decidi fazer e deixar o cabelo por último. Ela mesma me diria a cor de seus cabelos.

Comecei pela faixa na cabeça, pois ela sempre me pareceu tão mimosa… e deu um trabalhão cortar todas aquelas bolinhas. Para quem não sabe, cortar vidro é muito difícil. É estranho. O cortador faz curvas mas não faz quinas. Tem que ser em vários cortes. E redondo é o pior. São muitos cortes para chegar nele. Mas outro dia eu explico melhor.

Depois da faixa, foi a manta: a manta mais bonita que eu já vi! E no mosaico também ficou ótimo. Eu fiquei encantada. E por fim, quando ela tomou forma, descobri que ela era ruiva. Ela praticamente gritava: RUIVA! EU SOU RUIVA!

E depois, bem, depois veio o fundo. O Gui tinha feito aquele fundo meio de bolinhas, meio lúdico. E ele estava cheio de sugestões…, mas eu já sabia como seria o fundo no momento que eu vi o desenho. E eu gosto tanto do fundo quanto eu gosto da Moça. Eu já até fiz várias coisas (veja essa e mais essa) só com o fundo de tanto que as pessoas gostam também.


Todo dia o Gui ia ao Atelier paquerar sua Moça. E foi só por esses dias que ele ‘deixou’ colocar a venda. Agora ela está aí, para ser vista e gostada (ela merece, vai…).

E eu já ganhei um novo desenho para começar minha série….

A Casa de Mosaico

Eu segui sempre trabalhando com mosaico. E aí nós nos mudamos para essa casa. Nossa casa. E aqui, além de nosso lar, onde moramos eu, o Gui, a Satine, a Schutzla…

… e a hóspede frequente Gabi, eu ainda tenho meu queridíssimo Atelier e uma área para exposição que logo logo vai estar aberta ao público.

O mosaico sempre esteve aqui. E milhões de projetos que nunca se realizavam. Projetos de abrir um espaço para o público, de vender mais, de fazer um site para divulgar e vender…. E então o Gui resolveu agir!  E pôs tudo para funcionar. E me empurra sempre pra frente. E acredita em mim. Não se engane, ele é o cérebro por trás disso tudo. Eu faço os mosaicos, escrevo uns humildes textinhos, e ele gerencia todo o resto. É ele que faz a coisa toda andar. E de vez em quando ele até arrisca uns lindos mosaicos!

Quando eu disse que a gente precisava de uma casa que tivesse todo esse espaço pra fazer um Atelier e tudo mais, ele podia, como uma pessoa normal, me mandar arrumar um ‘emprego de verdade’. Mas não, ele disse: Vamos procurar. E todo dia ele chega e vai ver o que tem de novo. É tão bonito!  E foi por ele e com ele que nasceu a Casa de Mosaico! Obrigada, amor! Ah, claro, e sem esquecer jamais, em tempo algum, que ele é LINDO. Mas é meu, menina, tira o olho….

Primeiros grandes trabalhos

Nunca tive indecisões, fricotes ou muito medo das coisas. Resolvo, meto a cara e faço.

E foi assim que eu fiz meu primeiro grande trabalho em mosaico, realmente artístico. Meu pai fechou um painel de mais de 13 m² para uma Igreja e me deu de presente! E eu fui lá e fiz. Ele confiou em mim e eu fiz. Às vezes até pensava se eu sabia o que estava fazendo. Mas acreditei em mim mesma desde o começo. Quando apareciam as dúvidas eu discutia com ele ou procurava em livros, na internet, as soluções.  Levou um tempo razoável e muito trabalho. Até tive alguma ajuda.

E depois do painel instalado dá uma alegria e um orgulho enormes. Depois desse fiz mais 2 painéis para Igrejas. Enormes! Mais de 30 e 40 m²! E sozinha!


Trabalho para 6 meses cada! Muito, muito trabalho e satisfação plena no final.

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