Um número para mudar a história dos (meus) números

Todo mundo já sabe que eu sou a pessoa mais chorona da face da terra, que me emociono com os e-mails que recebo, com as coisinhas lindas que as pessoas me falam… uma choradeira total!  Mas veja se dá pra não se emocionar com um e-mail desses:

“Oi Thaisa, conheci seu trabalho no site Brincando de Casinha. Adorei!
Estamos planejando construir nossa casa, acabamos de comprar o lote que fica em um condomínio dentro de uma reserva. É tudo lindo, cheio de árvores e animais silvestres… Gostaria de encomendar a você um número, algo especial, pois ele será um marco para nós. Sei que a casa ainda não está pronta, mas já está na nossa cabeça e coração, só falta começar (terá muita planta e madeira). Queremos um “pedacinho do céu”, um lugar onde queremos criar nossos filhos, receber a família e envelhecer juntos.
Gostei muito dos números que vc fez, mas li no seu site que vc gosta de criar, então fique à vontade. Só para vc já saber, o número da casa é “15” e nossa rua se chama “Travessa Sucupira” – lá cada rua tem um nome de árvore, pássaro, flores e cachoeiras. Um abraço, Simone (Brasília).”

Chorei, gente! Uma pessoinha que não me conhece, me manda esse email super fofo e tinha gostado tanto do meu trabalho que disse que era pra eu ficar à vontade para criar!

Nos e-mails que trocamos, a Simone mandou alguns dados, como a cor que mais gosta, onde o muro será colocado, falou sobre a floresta nativa que terá que ser preservada no terreno e mandou uma foto da Sucupira, que dá nome à rua.

“Estou enviando uma foto linda da Sucupira florida (quem sabe te ajuda com as idéias). Vou no futuro até colocar em um quadro para que as pessoas e meus filhos saibam como é a árvore que dá nome à rua, isso se não plantar uma no jardim. :-)”

Perfeito! Eu não vou aqui reproduzir todos os e-mails que trocamos, porque foram MUITOS. Mas pode ter certeza que são todos uma delícia de ler.

Eu e o Gui ficamos com as idéias pulando nas nossas cabeças. O Gui, sempre maravilhoso, fez 4 desenhos, que eu mandei pra ela. E ela escolheu esse, que era a menina dos olhos (dos nossos olhos).

Assim que ela aprovou eu comecei. Estava louca pra começar! Cortei os números, que são modernos e diferentes de todos que fiz. Cortei os vidros para as bordas. Montei e colei essa parte. Aí veio o tronco. Lindo! O Gui tinha feito com recorte parecido com vitral. Eu fiz com 3 tons de marrom. Adorei! E só no outro dia comecei a fazer a copa da árvore.  Eu não queria fazer de quadradinhos, nem de pedaços irregulares, porque o fundo já ia ser irregular. Então pensei em filetes arredondados dispostos de fora para dentro formando a copa. Rosa e verde! Como a Sucupira florida! Depois fiz os arabescos e coloquei as gemas de vidro no lugar. Deixei secar bem pra não esbarrar e sair do lugar e só então fiz o fundo. E rejuntei. E quando você rejunta é como se a peça nascesse de novo, porque fica o fosco do rejunte com todo o resto brilhando! Eu amei!

Esse número é uma marco na história dos números. Dos meus números! É diferente de tudo que eu tinha feito. É moderno,  mas repletos de detalhes. Um casamento perfeito entre o simples dos números  e o trabalhado dos detalhes.

Mas aí ainda tinha que passar pelo crivo da dona! Eu mandei uma foto para ela. Ela achou diferente, no começo… mas adorou. Mandei pra ela e fiquei na expectativa, já que o marido dela ainda não tinha visto. Eu até tive pesadelo que o número tinha chegado lá quebrado, tamanha minha ansiedade.

Mas no último domingo, no meio de um café delicioso com nossa amiga querida e maravilhosa artista plástica Juliana Cordado, enquanto eu contava para ela toda essa estória, o Gui veio olhar meu e-mail. E a querida Simone tinha escrito.

“Thaisa, ficou LINDO, perfeito!!!  É único e dá para ver que foi feito para o local, cheio de árvores… Amei.
Nossa, os seus mosaicos de vidro, são peças únicas e muito finas. Olha, sem palavras. O marido também adorou. Principalmente porque já mostrei in loco e fez toda a diferença. Foi uma excelente escolha. Adorei. Parabéns!
Beijos, Simone.

PS: vou mandar uma fotinho para vc ver como combinou com o local. Como eu disse o número é como um pedra fundamental, um marco, então ainda não começamos a construir. A floresta ao fundo (que é a frente) vai ser preservada ao máximo. Tudo pronto, eu te mostrarei.”

Muito obrigada, Simone! Por tudo! Por nos deixar criar, por confiar no nosso trabalho, por ser sempre tão fofa e querida e me mandar e-mails inspiradores! Obrigada pelos elogios e por toda energia boa!

E mais uma vez digo que é por isso que estou aqui. Pra fazer trabalhos que eu goste e que as pessoas gostem. Para fazer alguém feliz com algo meu e para ter essa troca maravilhosa. E sempre que der, para fazer um novo amigo! Assim como a querida Simone!

Beijinhos! E obrigada a todos vocês que acompanham o blog! Fico muito feliz!

* * * * * * *

Se você quiser um número especial de mosaico para sua casa, clique aqui.

Negócios na Casa Amarela

Depois desse episódio do começo em Minas, resolvi que ia entrar de uma vez para o ramo de negócios da família. Assim que me formei, alugamos uma casa na Vila Mariana e ‘abri’ um escritório da empresa do meu pai. E, o mais importante, trouxe milhares de quadradinhos de vidro para Sampa. E comecei a fazer vasos e mais vasos, e espelhos e porta-velas. (Sempre tive e sempre vou ter uma queda por velas. Quem veio na minha casa em festas, reuniões e jantares, sabe muito bem disso!). Fazia e ia juntando, dava de presente, mas não colocava à venda.

Foi aí que minha amiga e vizinha do lado, uma artista plástica fantástica, a Ju Cordaro, me chamou para fazer um bazar de arte com ela e mais algumas outras meninas no seu Atelier. E eu fui. O Bazar da Casa Amarela. Fizemos por um bom tempo. E era ótimo. Sinto saudades. Foi aí que eu comecei a vender minhas peças!

Related Posts with Thumbnails

Pin It on Pinterest