Um mês sem a Joanna
Hoje não é dia de falar de mosaico, de arte, de sonhos realizados, de tentar transformar um pouco, com o meu trabalho, a vida das pessoas. Hoje é dia 13 de setembro de 2010. Hoje faz 1 mês que morreu a menina Joanna Marcenal, de 5 anos, vítima de maus tratos. Um mês sem o laudo do IML que possa explicar à família, aos amigos e à sociedade tamanho absurdo e punir quem deve ser punido.
Joanna ficou 26 dias em coma no CTI do Hospital Amiu, em Botafogo, no Rio de Janeiro, depois de passar por dois outros hospitais em Jacarepaguá e na Barra da Tijuca, para onde foi levada pelo pai, o técnico judiciário André Marins, que tinha a guarda provisória da Joanna, conseguida numa complicada disputa judicial. Isso mesmo! Tiraram a menina dos braços da mãe, Cristiane, obrigada por um mandado de busca e apreensão e a entregaram ao pai. Mais de 50 dias depois, Joanna morreu, em circustâncias ainda bastante nebulosas. Além das convulsões, Joanna apresentava diversas marcas de hematomas e queimaduras pelo corpo, e foi atendida por um falso médico no Hospital RioMar, na Barra da Tijuca, para onde foi levada pelo pai e de onde saiu, liberada pelo médico, desacordada.
É muito difícil para mim e para o Gui falarmos desse assunto, por sermos amigos dos tios e padrinhos da Joanna, por termos também uma sobrinha amada, por sabermos e acompanharmos ao longo dos últimos anos, ainda que de forma indireta, como era a vida da menina. Como ela era feliz ao lado da mãe, do padrasto, e dos dois irmãos mais novos. Como era amada e querida por todos. Como era esperta, inteligente, companheira dos amiguinhos. Como é difícil saber das histórias, saber de todo amor, de todos os sonhos, e ver que tudo isso foi arrancado de todos, sem dó, de forma fria, injusta. Joanna tinha 5 anos! Tão pouco para tanto sofrimento.
Para a família a dor ainda é muito grande. Não há palavras que possam descrever tudo isso. Continuamos sem entender nada o que aconteceu e qual é o propósito de tanta dor e sofrimento. Já foram indiciados o falso médico que atendeu Joanna no Hospital RioMar, na Barra da Tijuca, e a médica coordenadora de pediatria do mesmo hospital, mas ainda existem muitas perguntas sem respostas.
Precisamos de resposta! Por favor, ajudem a família de Joanna a cobrar uma resposta, a pedir por justiça.
13 de setembro: 1 mês sem a Joanna. Muita DOR e poucas RESPOSTAS. Queremos JUSTIÇA!
Beijos, Thaisa
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Saiba um pouco mais sobre a história lendo a matéria especial da revista IstoÉ, do jornal O Globo e acessando uma página do Facebook.